segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A MÚSICA ÁRABE QUE VEIO DO LÍBANO: NANCY AJRAM- NANCY 7


 Nancy Ajram é libanesa, da terra dos meus avós, o que  explica que seja a primeira cantora que posto na tentativa de apresentar um pouco da música árabe neste blog, como forma de mostrar algo desta cultura multifacetada e antiga que os EUA vêm, sistemáticamente, tentando destruir de mil maneiras. Mas esta é uma cultura antiga e tem fôlego! Torço por ela, patrimônio da humanidade que é.Acreditar em todas as mentiras que saem do Pentágono é transformar a realidade em questão de fé, deixando de lado o uso da reflexão, da análise crítica e...do cérebro. O amigo leitor deve  procurar  maiores esclarecimentos em fontes mais confiáveis que a grande imprensa, sabidamente defensora dos interesses norte-americanos e israelitas, por serem por eles financiada... Lembro que nem todo árabe é terrorista e nem todo terrorista é árabe....Aliás, os maiores terroristas são aqueles que inventam armas de destruição em massa onde elas não existem, apenas por interesses econômicos e políticos na região...

Faixas:
01. Eainy Aleik
02. Te'akhart Showy
03. Eih Akhbar Nafsito
04. Emta Hashofak
05. Ya Kothor
06. OK
07. Fe Hagat
08. Lessa Gaaya Aouloh
09. Bel Hadawa
10. Meen Elly Ma Endo
11. Eih Elly Garali
12. Kol Ma Teddi
13. Ass'ad Allah Messak
14. Sheikh El Shabab
15. Bayya' We Shatter
16. Hekayat El Denie
PARA BAIXAR O ÁLBUM, COPIE E COLE O ENDEREÇO A SEGUIR 
NA BARRA DE SEU NAVEGADOR:

Deixo alguns vídeos de Nancy, para que o amigo do blog possa se decidir ou não pelo download.
<iframe width="390" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/tHnoewqUJp0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

fonte: 
Site da cantora: http://www.nancyajramonline.com/en/

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

0 DEVA E O BUDA

O Buda estava um dia no jardim de Anathapindika, na cidade de Jetavana, quando lhe apareceu um Deva em figura de brâmane e vestido de hábitos brancos como a neve, e entre ambos se estabeleceu o seguinte diálogo:
(O Deva): - Qual é a espada mais cortante? Qual é o maior veneno? Qual é o fogo mais ardente? Qual é a noite mais escura?

(O Buda): - A palavra raivosa é a espada mais cortante; a inveja é o mais mortal veneno; a luxúria é o fogo mais ardente, e a ignorância é a noite mais escura.
(O Deva): - Quem obtém a maior recompensa? Quem sofre a maior perda? Qual é a armadura mais impenetrável? Qual é a melhor arma?
(O Buda): - Quem dá sem desejo de receber é quem mais  ganha. Quem recebe de outro sem devolver nada é o que mais perde. A paciência é a armadura mais impenetrável. A sabedoria é a maior arma.
(O Deva): - Qual é o ladrão mais perigoso? Qual o tesouro mais precioso? Quem recusa o melhor que lhe é oferecido neste mundo?
(O Buda): -  Um mau pensamento é o ladrão mais perigoso. A virtude é o tesouro mais precioso. Recusa o melhor que se lhe oferece quem aspira a imortalidade.
(O Deva): -O que atrai? O que repugna? Qual é a dor mais terrível? Qual é a maior felicidade?
(O Buda): - O bem atrai. O mal repugna. A maior dor é a má conduta. A libertação é a maior felicidade.
(O Deva): - O que ocasiona a ruína do mundo? O que destrói a amizade? Qual é a febre mais aguda? Qula é o melhor médico?
(O Buda): - A ignorância arruina o mundo. A inveja e o egoísmo destroem a amizade. O ódio é a febre mais aguda. O Buda é o melhor médico.
(O Deva): -Tenho uma dúvida e peço que me respondas: o que é que o fogo não queima, nem a ferrugem consome, nem o vento abate e é capaz de reconstruir o mundo inteiro?
(O Buda): O benefício das boas ações.
Satisfeito o Deva com as respostas do Buda, com as mãos juntas se inclinou respeitosamente ante Ele e desapareceu.

Fonte:
O Evangelho de Buda
Editora Pensamento/1967

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ITALIANO - CONVERSAÇÃO PARA AUTODIDATAS


Autor: Maria Guarnieri
Idioma: Inglês
Arquivos: mp3 e  pdf
tamanho: 261 mb
Password: uztranslations
 

PARA BAIXAR, COPIE E COLE O ENDEREÇO A SEGUIR NA
BARRA DE SEU NAVEGADOR:
fonte: http://uz-translations.uz/

A MARCA OTOMANA NAS PROVÍNCIAS DE LÍNGUA ÁRABE - Parte 1


Sempre me interessei muito pela história do império otomano, o que explica, em parte, o fato de eu apreciar tanto a obra de Tariq Ali, autor paquistanês que publicou, em quatro volumes denominados "Quinteto Islâmico" (o quinto volume ainda não foi lançado) a história deste império. Os otomanos dominaram os países eslavos do leste europeu, aos quais sou ligada por laços afetivos e deixaram sua marca nas províncias de língua árabe, às quais sou ligada por laços de sangue, já que descendo do pequenino Líbano.Claro que, como toda dominação, os povos dominados por este extinto império tiveram sua cota de sofrimento, que não foi pequena. Mas dela falaremos em outros posts, deixando este, o inaugural do Blog Cultura Livre na Web, apenas para mostrar a influência otomana  nos monumentos arquitetônicos, alguns dos quais criados pelos próprios sultões, como sinais de sua grandeza e religiosidade; outros foram criados por patronos locais movidos pela força da imitação despertada pelo poder e sucesso. Nas capitais provinciais, as mesquitas eram construídas, nos séculos XVI e XVII, no estilo otomano:um grande pátio levava a um salão de prece abobadado, acima do qual se erguiam dois ou três minaretes, compridos, finos e pontiagudos. O salão era decorado com ladrilhos coloridos no estilo "Iznik"(1)favorecido pela corte otomana, com desenhos de flores em verde, vermelho e azul. Assim eram a mesquita de Khusrawiyya em Alepo, projetada pelo maior arquiteto otomano, Sinan; a de Suleiman Paxá, na cidade do Cairo e a "Mesquita Nova", em Argel. A mais espetacular das criações otomanas nas províncias árabes foi o Takiyya em Damasco, um grande conjunto de prédios, também projetado pelo mesmo Sinan da Mesquita de Alepo e dedicados às necessidades da peregrinação.

interior de mesquita em Alepo
Takiyya
Era em Damasco que se reunia uma das duas grandes caravanas de peregrinos e era para lá que ia o emissário do Sultão e por vezes membros de sua família.
Para atender aos peregrinos, havia uma cadeia de "caravançarás" (2) que se estendia ao longo da rota que vinha de Istambul, passando pela Anatólia e o norte da Síria, e o Takiyya era o mais completo: uma mesquita com um domo e dois altos minaretes  simetricamente dispostos de cada lado, construída de pedra com as faixas brancas e pretas (ver foto abaixo) alternadas que há muito eram uma característica do estilo sírio; em torno do pátio distribuíam-se quartos, refeitórios e cozinhas para os peregrinos.
Também em Jerusalém o sultão Suleiman deixou sua marca, nos azulejos das paredes externas do Domo da Rocha e nos grandes muros que cercavam a cidade.
Domo da Rocha
Só em Bagdá, entre as grandes cidades otomanas, pouco se sentiu a influência do novo estilo; o velho estilo persa continuou predominante.

Sob domínio otomano, o lugar da língua árabe não foi diminuído, mas antes, reforçado. As ciências da religião e da lei eram ensinadas em árabe nas grandes escolas de Istambul, do Cairo e de Damasco. Os autores otomanos inclinavam-se a escrever em árabe.
A chegada dos otomanos estimulou o surgimento de algumas ordens sufistas, bem como o controle sobre elas. Mas aqui já saímos do terreno arquitetônico e, por isso, deixo as influências religiosas para um próximo post, na parte 2 da Marca Otomana nas Províncias Árabes.
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 Notas da Milu:

(1) Iznik é uma cidade da Turquia, que na antiguidade era conhecida por Nicea .Abaixo, foto de uma mesquita local, a Mesquita Yesil Camii.
Abaixo, um exemplo de cerâmica de Izniki:
(2) Espécie de estalagem, muito comum no oriente médio.

Fontes:
-Uma História dos Povos Árabes
autor: Albert Hourani
Ed.:Cia. das Letras.
-Fotos extraídas do site www.yandex.ru

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

POESIA MACEDÔNIA COM MÁTEIA MÁTEVSKI

Os poetas do leste europeu, à exceção dos russos, são, via de regra, pouco conhecidos no Brasil, o que é uma pena, já que por lá existem muitos poetas de primeira...Hoje apresento o poeta macedônio Máteia Mátevski, um dos mais reconhecidos e premiados de seu país.
 Seus textos foram publicados em quase todas revistas literárias européias e várias de suas obras já foram traduzidas em diversos idiomas. A ele é atribuído o início de um período completamente novo na poesia de sua língua materna, não somente no tocante aos temas escolhidos, mas também pela adoção de versos livres e de uma linguagem simples, direta e rica em possibilidades de leitura, sempre com a constante preocupação de pesquisar o novo, quer seja no terreno temático, quer seja no formal. Para ele, 
"palavra e poema são uma  condensação do tempo, segmento da experiência, razão da existência. A palavra deve desvendar a infinitude do tempo dentro dentro do qual se desenrola o drama da existência humana." Emerge como eixo temático de seus textos a contradição básica entre a sistemática reiteração do tempo, que a tudo aniquila e a tudo nivela, e a aparente atemporalidade do Universo, que cerca o Homem, criatura impotente diante desta ambigüidade.
Outra característica deste poeta é a eliminação de toda e qualquer pontuação em seus textos, deixando para o leitor a tarefa de dar a entonação e as pausas. Isto distoa completamente da tradição poética macedônica, com modelos métricos clássicos.
Em relação aos temas, estes também nada têm de clássico, passeando pelos séculos, indo buscar seus temas entre os bizantinos do século IX até os nossos dias, saíndo totalmente do conservadorismo poético.
Finalizo o post deixando com você, amigo leitor,um de seus poemas. Apreciem, é o que espero!

Balada Para o Tempo

Ao lado da folhagem cadente
e da geada colada nas mãos até onde cheguei

O tempo vai morrendo em tudo que nasce
e com ele vou diminuindo sempre
nem que seja um só passo

O outono é rico em sonhos
treistes por vezes 
em águas que caem
não se navega

Névoas ricas de novembro
por que aleitam os rios
Em suas águas rasas
até onde chegarei

Ouço o tempo morrendo

Do outono enregelado
um fruto perdura
com lábios roxos indaga
onde hei de chegar

Mátevski nasceu em 1929 em Istambul, na Turquia, indo para a Macedônia imediatamente após seu nascimento. e é, também, jornalista e professor de dramaturgia, além de tradutor.

fonte:
"À Sombra do Quarto Crescente"
Ed.Hucitec
Autor: Aleksandar Jovanovic

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Robert Musil: O Homem sem Qualidades

Como economista, não posso me esquecer de me pautar pela 'Lei da Escassez", ou seja, tenho que tentar adquirir o máximo de bens, com o mínimo de recursos. No meu caso, os bens são os livros e os recursos, meu salário...Normalmente, jogo toda e qualquer teoria econômica para o espaço, em se tratando de livros, mas em se tratando deste livro específico, me bateu a dúvida, não só pelo fator "escassez de recursos financeiros", mas também pelo "escassez de tempo": o livro custa R$ 89,90 (que antipatia destes 90 centavos!), o que não está caro para a quantidade de páginas que apresenta: 1280! E é aí que a dúvida me pegou. Nunca ouvi nem li comentário algum a respeito deste  livro antes, apesar de conhecer o autor. 

Para me decidir, consultei a sinopse da Livraria Cultura:
"Ulrich vive diversas experiências, viaja ao exterior e, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, retorna a Viena. Convive com os mais diversos tipos humanos. Este romance-ensaio mostra a decadência dos valores vigentes até o início do século XX, marcando a perda de posição da Europa na decisão dos rumos políticos e econômicos mundiais".
Recorri, também, à Wikipédia, de onde extraí o seguinte:

"Da sua obra (de Musil) destaca-se o monumental O Homem sem Qualidades, um anti-romance ou um não-romance que é acima de tudo uma grande reflexão sobre a época de Musil".
 Com esta quantidade enorme(!) de informações, me decidi pela compra do livro. Assim que o ler, volto a postar.
Inté!

obs: acabo de encontrar uma matéria  sobre este livro na Revista Bula. Parece que ele, realmente, é muito bom. Leiam:
O homem sem qualidades | Revista Bula

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Prêmio Planeta de Literatura


Prêmio Planeta de literatura vai para romance sobre dom Pedro 1º. O escritor espanhol Javier Moro evoca a figura do imperador do Brasil dom Pedro 1º, que mostra como um homem a frente de seu tempo, em seu romance "El Imperio Eres Tú", com a qual ganhou esta noite o 60º Prêmio Planeta.Continue a ler aqui.

Página oficial de Javier Moro:
http://www.javiermoro.com/index.html
fonte: http://www.amigosdolivro.com.br/

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Romance perdido de Saramago chega às livrarias

 Isto é que é notícia boa: acabo de ler via Twitter e estou repassando aos amigos do blog:
O romance Claraboia, escrito nos anos 50 pelo escritor português José Saramago (1922 - 2010), acaba de chegar às livrarias do Brasil e de Portugal pela editora Caminho.
Leiam  mais a respeito deste livro Aqui.
SINOPSE
 «Claraboia é a história de um prédio com seis inquilinos sucessivamente envolvidos num enredo. Acho que o livro não está mal construído. Enfim, é um livro também ingénuo, mas que, tanto quanto me recordo, tem coisas que já têm que ver com o meu modo de ser.» (José Saramago)
  Estou procurando o livro em todas as livrarias, mas - até agora, só o encontrei na própria editora Caminho. Aqui vai o link para os interessados: 
http://www.editorial-caminho.pt/catalogo/detalhes_produto.php?id=53717 
São  400 páginas, a 18,50 euros, fora o frete.
Nas livrarias do Brasil ainda não encontrei, só existe formato digital.
Vamos aguardar!
 

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ensaio sobre a cegueira (José Saramago)

Este foi um dos melhores livros que já li em toda a minha vida, na categoria romance. Sou fascinada pela literatura russa e dificilmente consigo gostar tanto assim de outros romances que não sejam de escritores russos. E de Saramago eu gosto tanto quanto, ou pelo menos, quase tanto. Não gosto de ler simplesmente para passar tempo, como quem assiste uma novela da Globo...O romance, para me despertar a atenção, tem que mexer comigo ou me levar à reflexão. E os livros de Saramago cumprem estas duas funções, essenciais para me atrair. E "Ensaio Sobre a Cegueira", de todos, foi o que mais me prendeu. 
O livro, posso afirmar sem medo de ser exagerada, é cinematográfico, ou seja, você o lê com a sensação de estar assistindo a um filme: você "" os personagens, as cenas, de tão fantástica é a forma de narrar do autor. À medida em que você vai se prendendo à leitura, você vai "entrando" no livro, e tendo a sensação de estar participando das cenas, de ser um dos personagens, aquele que o autor não citou explicitamente, mas que está lá, sofrendo as mesmas dores e angústias decorrentes desta cegueira inusitada e branca. Ao fim da leitura, tive a sensação de ter estado cega, também. E quem sabe não estou presa daquela cegueira branca, de quem não vê as coisas como elas realmente são?
"Se podes olhar, vê, se podes ver, repara"
Esta epígrafe, como escreve Arthur Nekrovski na orelha do livro, 
"resume a empreitada do escritor, como de cada leitor.Não se trata só de reparar o significado das coisas, mas também de proceder à reparação do que foi perdido, ou mutilado - 'uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos'".
 O enredo do romance gira em torno de uma epidemia de cegueira, diferente das cegueiras habituais, quando o cego vive na escuridão: nesta cegueira, o cego vivia numa brancura leitosa. Tudo começou quando um motorista, parado no sinal, subitamente se descobre cego, numa "treva branca", que vai se espalhar pela cidade, numa epidemia, que levará o governo a tomar a medida mais cômoda (como geralmente acontece com os governos atuais, alheios ao ser humano): decretar uma quarentena a todos os contaminados e aos que com eles tiveram contatos. Nesta quarentena, os cegos, "reduzidos à essência humana" vão viver na "verdadeira treva", pois só num mundo de cegos as coisas serão o que verdadeiramente são". Durante a quarentena forçada, os que conseguirem trazer à tona sua capacidade de solidariedade, que conseguirem abafar o egoísmo humano em prol da luta pela sobrevivência no inferno a que foram relegados, numa tentativa de reaprender a vida, conseguiram  recuperar a lucidez e resgatar o afeto,
"tarefas do escritor e de cada leitor, face à pressão dos tempos e ao que se perdeu - 'uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".
Saramago traça, alegoricamente, o que se passa nos tempos modernos, tempos de egoísmo, de ganância, consumismo, enfim, em tempos de falta de valores como o nosso tempo, quando o capital ocupa o lugar do Ser Humano, as necessidades do mercado estão acima das necessidades da vida, os políticos são omissos e, muitas vezes, sem moral.

"Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso." (José Saramago)
  O livro é da Cia.das Letras, numa edição digna de  Saramago. Com 310 páginas, custa R$ 46,00, mas fiquem de olho nas promoções, para isso use o www.bondefaro.com.br

Em 2008 virou filme,produzido  pelo Japão, Brasil e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles e vencedor do Prémio Nobel. O filme abriu o Festival de Cannes de 2008.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Jacob Von gunten, um diário (Robert Walser)

Infelizmente, Robert Walser, escritor suiço do século XX, é ainda quase desconhecida por nós, o que é uma pena, já que Walser possui, entre seus grandes admiradores, nomes como os de Elias Canetti, Thomas Mann e o grande Kafka que o lia regularmente e tinha entre seus livros prediletos o do presente post. 

Eu, particularmente, entrei em contato com este escritor através de Elias Canetti, ao ler seu livro "A língua absolvida". Neste livro, o autor falou tanto de Walser, que logo me despertou a curiosidade em conhece-lo e estou fascinada.

Jacob Von Gunten é um romance, escrito em forma de diário, dos mais singelos que já li. Acostumada que estou com a literatura russa, que gira em torno de temas pungentes e fortes, a princípio achei que a obra seria desinteressante e, com vergonha admito, até tola. Mas logo vi que a tola era eu. O livro, através de Jacob, o personagem que lhe dá o título, e de outros personagens de igual singeleza, nos leva a refletir sobre os valores da vida moderna, sobre a arrogância, a intolerância  e o egoísmo. 

Jacob, rapaz de origem supostamente nobre, ingressa no Instituto Benjamenta, uma escola dedicada à formação de criados, onde procuravam incutir paciência  nos jovens.E Jacob quer se "auto-educar", perder seu orgulho, apreender a ser útil. 
"Desejoso de aprender a servir, Jacob busca espelhar-se sobretudo no colega Krauss, modelo de humildade e subserviência. O aprendizado, no entanto, se revela penoso e muitos são os mistérios que envolvem o instituto  e sua enigmática direção".

O livro saiu pela Compainha das Letras e custa pouco mais de R$30,00. São 148 páginas de puro prazer da leitura. Deixo para você, que visita este blog, um trecho da obra obtido no site da própria editora. 

sábado, 30 de abril de 2011

O primeiro homem - Romance inacabado de Albert camus

O primeiro Homem - trata-se de um romance no melhor estilo autobiográfico do genial Albert Camus. Sua leitura, a princípio, me pareceu, de início, uma coisa estranha, uma espécie de rascunho, cheio de anotações deixadas pelo autor, tipo "lembretes" para a revisão final, que nunca chegou a ser feita: Camus faleceu, num acidente de carro, antes de concluir este livro e nós nunca saberemos se ele o concluiria ou se o deixaria de lado, como já fez com "A morte feliz".Apesar de inconcluso, é um livro que se lê de um só fôlego, de tanto que prende nossa atenção.Foi com enorme interesse que percorri a vida de Jacques Cornery(o próprio Camus), desde sua infância,  em um bairro pobre de Argel, órfão de pai, criado por uma família severa e ignorante:  sua mãe analfabeta e alheia ao mundo, em decorrência de um processo de surdez; sua avó severa, exigente, pouco afetiva;seu tio, um toneleiro, também deficiente auditivo, que conversava por mímicas, e que levava o menino às suas pescarias, ao seu trabalho, enfim, que lhe proporcionou agradáveis lembranças da infância., Um professor  desempenhou papel crucial na vida de Jacques, ocupando, em determinada época, o lugar do pai. 
Todo o livro  é a busca  da memória deste pai, morto em idade inferior à do personagem central,bem como a busca de "uma civilização, cujo frágil equilíbrio estava sendo quebrado quando Camus morreu, em plena guerra de independência da Argélia".

Interessante notar a capacidade do menino de se "auto-formar", se "auto-educar", a partir dos exemplos da mãe e avó, de honestidade e trabalho.
Determinados temas e personagens que surgem no livro nos reportam à outras obras do autor, tudo nos levando a refletir sobre a condição humana, formada pelo absurdo, desespero e indiferença.
O primeiro homem é, em suma, a gênese do autor e de sua ética da revolta. É o sol da Argélia lhe ensinando que a "história não é tudo", servindo, como diz o prefácio do livro, de "contraveneno para os rancores despertados por sua própria história".

Apesar de autobiográfico, Camus deixa clara a impossibilidade da memória de recompor todos os fatos:
"A memória dos pobres já é por natureza menos alimentada que a dos ricos, tem menos pontos de referência no espaço,considerando que eles raramente saem do lugar onde vivem, e tem também menos pontos de referência no tempo de uma vida uniforme e sem cor. Só os ricos podem reencontrar o tempo perdido. Para os pobres, o tempo marca apenas os vagos vestígios do caminho da morte".

Coletivo Griots: Carta Aberta ao Ziraldo, por Ana Maria Gonçalves

C O L E T I V O G R I O T S: Carta Aberta ao Ziraldo, por Ana Maria Gonçalves: "Salve irmãos e irmãs, recomendo a leitura. Carta Aberta ao Ziraldo, por Ana Maria Gonçalves Caro Ziraldo, Olho a triste figura de Monte..."
Publicado originalmente no Biscoito Fino e a Massa

* Ana Maria Gonçalves é escritora, mineira, autora do livro "Um defeito de cor", romance histórica, com abordagem de um período importante na formação do povo brasileiro. 
Antes de comprar, pesquise o preço do livro no Buscapé ou no Bondefaro. Existem variações consideráveis nos preços do produto.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Eric Hobsbawm - Tempos interessantes: Uma vida no século XX

Nada melhor para descrever este livro, do que sua contra-capa, que reproduzo neste post. O livro foi editado pela Companhia das Letras, com mais de 480 páginas, custa menos que 70 reais. Sua leitura é cativante e necessária a todos que quiserem compreender melhor o tão recente século XX, ou -como a ele se refere Robsbawm, "o breve século XX", que  coincide com sua vida.

Este livro traz a autobiografia de seu autor. Nele, o historiador britânico examina os principais acontecimentos de seu tempo: as crises financeiras e políticas da décade de 20, a ascensão de Hitler, a Segunda Guerra Mundial, a guerra fria, a rebeldia dos anos 60, a situação política e social na América Latina,  o fim do império soviético e o papel dos EUA como superpotência hegemônica. Hobsbawm reconstrói seu passado entre as famílias judias golpeadas pelas crises financeiras na Europa Central da década de 20, seu interesse juvenil pelo marxismo, sua militância política na Alemanha sob ameaça nazista e a fuga da família para a Inglaterra.A descrição de sua formação acadêmica e do desenvolvimento de suas convicções políticas esclarece a constituição de um espírito atento às desigualdades e injustiças sociais.
Nascido em 1917, o historiador procura também respostas para compreender o presente. Suas reflexões rompem os limites do século breve e se estendem até o início do século XXI, que, de acordo com sua visão, começa sob o signo do autoritarismo e da obscuridade".

Mais livros do autor:
  • A Era das Revoluções
  • Era do Capital
  • A Era dos Impérios
  • Era dos Extremos
  • Sobre História
  • Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1979 (Segunda Edição)
  • Pessoas Extraordinárias: Resistência, Rebelião e Jazz
  • Nações e Nacionalismo desde 1780
  • Os Trabalhadores: Estudos Sobre a História do Operariado
  • Mundos do Trabalho: Novos Estudos Sobre a História Operária
  • Revolucionários: Ensaios Contemporâneos
  • Estratégias para uma Esquerda Racional
  • Ecos da Marselhesa : dois séculos revêem a Revolução Francesa / Eric J. Hobsbawm ; tradução Maria Celia Paoli. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
  • As Origens da Revolução Industrial/ tradução de Percy Galimberti São Paulo: Global Editora, 1979.
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