terça-feira, 16 de abril de 2013

"Os Últimos dias de Pompeia" e "Herculanum": dois livros sobre a tragédia do Vesúvio


 capa do meu exemplar, Ed.do Conhecimento

Sou fã da obra de Bulwer-Lytton, já tendo postado, neste blog, Zanoni - de sua autoria. Em os Últimos Dias de Pompeia, livro que virou filme, o autor nos conduz a uma viagem no tempo e no espaço, ambientando a obra  no ano 79 d.C, nos arredores de Nápolis, Itália, quando a ira do Vesúvio se voltou contra as cidades de Pompeia e Herculano. No romance, os personagens de Blulwer-Lyton estão em Pompeia e são petrificados pelas lavas do vulcão, que escondem para sempre(ou quase para sempre, já que escavações arqueológicas estão resgatando a memória daqueles tempos) o cotidiano e as riquezas de seus habitantes. Toda ação gira em torno do amor entre o rico ateniense Glauco e a napolitana Ione. Tudo muito marcado pela inveja e maldade de um outro personagem: Arbaces, um mago egípcio, tutor de Ione, que a quer para si custe o que custar. Tudo isto resulta em um plano de grande crueldade e sordidez.O autor mistura com maestria a sordidez e  o lirismo, com fé e lances de feitiçaria, numa época em que o nascente Cristianismo tudo fazia para se afirmar em meio ao panteísmo  e a uma sociedade pagã. Como rosa-cruz que era, o autor passa neste romance, como em vários outros, a eterna busca do homem por valores superiores:
"Narrado brilhantemente por Edward Blwer-Lytton, numa perspectiva presente, este instigante romance histórico, aqui condensado em um único volume revela que a eterna busca do homem pelos valores superiores ultrapassa a própria história e até as grandiosas manifestações da natureza.
Com toda certeza, Os Últimos Dias de Pompeia é obra de enorme  valor literário que vai conquistar o leitor brasileiro, assim como ocorreu em inúmeros países onde foi traduzido e se fez best-seller". (contracapa do livro)
Aproveito, aqui, para postar , também, sobre Herculano, local que me fascina por sua história e beleza e pela influência da leitura do romance mediúnico "Herculanum",  escrito pelo Conde J.W. Rochester, através de uma médium que vivia em São Petersburgo, Vera Krizhanowskaya, entre 1882 e 1920. Misturo, assim, duas obras literárias sobre o mesmo tema: Vesúvio.

 Atento para o fato de a obra de Rochester possuir  valor literário e, apesar de ser  mediúnica, ela difere da maioria das obras ditas espíritas pelo seu caráter não religioso: ele está mais para a literatura fantástica.

Para quem tiver curiosidade de ler este livro de Rochester, deixo, a seguir, o link para baixá-lo, do site www.minhateca.com.br:



 
 
 Image : une rue d'Herculanum.

A partir destas duas obras, recuaremos quase vinte séculos de história, para chegarmos à Herculano e a Pompeia, na Itália, cidades engolidas pelo Vesúvio e que, com certeza, atrairão a atenção de muitos: alguns - por gostarem de História, outros - pelos aspectos curiosos e instigantes decorrentes das escavações e, ainda,  um grupo - pelo fato de ter sido a tragédia do Vesúvio magistralmente retratada nos romances já citados.

Espero que as imagens e vídeos aqui postados sirvam, por outro lado, para despertar a curiosidade na leitura de Bulwer-Lytton e Rochester naqueles que ainda desconhecem seus livros. 

Quem leu os livros vai sentir uma certa emoção ao ver as fotos das ruínas, descobertas só mais recentemente, muito tempo após o livro Herculanum ter sido psicografado. Hoje é possível reconstituir esta tragédia passo a passo, como se estivéssemos presentes. E - até parece, que Krizhanovskaya teria tido acesso a este material, o que de fato, nunca aconteceu: ela faleceu em 1924. 

Mapa do Vesúvio


Mapa acima posiciona Herculano e Pompeia, junto à baía de Nápoles


Foi a maior catástrofe da nossa era, ocorrida em 79 d.C. e que ameaça Nápoles novamente (leia aqui).




Image : une rue de Pompéi.


Rua surgida das escavações
Herculano se situa a 8 km a leste de Nápoles. De acordo com a sua história e, como seu próprio nome indica, é a cidade fundada por Hércules. No início grega, se sujeitou à Roma por volta do ano de 307. No período de Roma Antiga era a cidade de veraneio dos Patrícios, ou seja, dos aristocratas romanos,  por suas belas paisagens. Devido a isto, suas casas são ricas e suntuosamente decoradas, com grande número de estátuas e mármore.

Antes havia a suspeita de que grande parte da população de Herculano havia fugido pelo mar, mas escavações recentes levaram à descoberta de centenas de restos humanos dentro da zona portuária e, tais descobertas, vêm acompanhadas de estudos que mostram que a cidade foi envolvida por nuvens de gases tóxicos e depois submergiu sob montes de lavra vulcânica de baixa temperatura. Assim, apenas os habitantes que partiram em direção à Nápoles, aos primeiros sinais da erupção,  puderam sobreviver ( e é o que mostra o livro de Rochester, com as famílias patrícias de Caio ou Metela, por exemplo). Os que hesitaram abandonar seus lares, foram tragados pela tragédia. Presos de pânico, tentaram escapar da fúria vulcânica utilizando barcos atracados no cais, mas a violência das ondas tornou todos seus esforços inúteis.Desesperados, se refugiaram dentro de edifícios ao redor do porto, mas as emanações venenosas do Vesúvio levou a que morressem asfixiados. Seus esqueletos, mais de duzentos, em geral super bem conservados, constituem uma preciosa documentação para o estudo dos hábitos de vida, das doenças e alimentação do povo daquela época.
Nos dias subsequentes à erupção, a lama vulcânica invadiu as ruas, atingindo - às vezes, uma altura de 16 metros.Retrocede, em seguida, lentamente, se solidificando em uma espécie de rocha vulcânica composta de cinzas, que preservou as matérias orgânicas como a madeira, o couro, o papiro, as fibras vegetais ou alimentos. Este perfeito estado de conservação explica o enorme interesse que apresenta Herculano para estudos das casas romanas e seu mobiliário e permitiu, também, a descoberta de documentos e manuscritos literários.
Vejam só como os seres humanos vitimados na tragédia, foram encontrados durante as escavações: a lama vulcânica, ao secar, deu-lhes aspecto de verdadeiras estátuas:




 Acima, "Jardim dos Fugitivos", Pompeia


 "Estátua" humana em Pompeia




Os restos de  Herculano ficaram melhor conservados do que os de Pompeia: a causa é justamente a lama: (Pompeia, mais afastada do mar, ficou coberta por cinzas, diferente de Herculano, coberta de lama). As imagens abaixo não foram separadas: são das duas cidades. O motivo de não ter identificado cada uma é que, após as imagens, estão postados vídeos de Herculano e de Pompeia, devidamente identificados.

Interior de uma casa patrícia
E mais:
Herculaneum

house court in ancient herculanum roman city in italy

Escavações 2 de Herculanum


Termas:


Escavações de Herculaneum, Nápoles, Italy
Escavações 5 de Herculanum

Escavações 2 de Herculanum



A Fonte de Hércules, abaixo:
http://i1.trekearth.com/photos/4148/herculanum.jpg


Mais a respeito das escavações, você pode saber acessando AQUI.

Finalizo redirecionando o leitor do blog para o Youtube, a fim de que veja alguns vídeos a respeito:

1- filme "Os Últimos Dias de Pompeia",baseado no  romance de Lytton (em inglês, com legendas em português).


2 - Documentário "Pompeia à sombra do Vesúvio, grandes tesouros da Arqueologia (em português).



 3 - Museu Virtual de Arqueologia de Herculano:




4 - Documentário: Pompeia, a cidade redescoberta (legendas em português)

 



fontes:
http://www.flickr.com/
www.yandex.ru
www.google.com
http://www.biancoloto.com/ 
http://www.coolreferat.com/
http://news.bbcimg.co.uk/
http://www.idi.bg/
http://infoabad.com/

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Sinopse de livro: Zanoni -Bulwer Lytton

Milu Duarte

Nem só de literatura russa vive esta blogueira: assim, deixo o meu outro blog para a literatura russa e este para livros em geral, já que adoro livros, tanto romances(não sou chegada nos best-sellers), livros sobre economia (minha profissão), história(meu hobby), política (minha paixão), espiritualismo (minha necessidade), e por aí vou, não conseguindo ficar sem um livro por perto.

Hoje posto um livro ocultista, considerado, mesmo, um clássico do ocultismo. Zanoni, de Bulwer Lytton. Excelente. Li já faz muito tempo, adorei. Ele é um misto de ficção e história real. Ambientado no século XIX, na Itália e na França, exatamente à época da Revolução Francesa. Não posso dizer que a obra tenha um tema central, mas vários temas que convivem, lado a lado, tipo a alquimia, sociedades secretas, morte, amor, espíritos,  tudo isto vivido por personagens que simbolizam paixões, medos, fé, instinto, coragem covardia, ambição, audácia, heroísmo, bondade, ou seja, repletos de sentimentos contraditórios, que nos transportam numa viagem pelo mundo destes personagens. O autor é primoroso nas descrições, sem ser cansativo. Zanoni, o personagem central, é um alquimista, que consegue prolongar sua vida por muitos séculos, para - no final - desistir de seus poderes sobrenaturais e o faz por amor a uma cantora de ópera.

Do mesmo autor, temos os livros "Os últimos dias de Pompéia" e "Vril, o poder da raça futura".

Agradeço ao amigo que corrigiu uma informação que eu havia postado, sobre Lytton ser, também, autor de "O Filho de Zanoni", obra escrita por František Lorenz.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Uma história curiosa ou como aprender mil palavras em francês em um minuto


Dois soldados encontraram-se nas trincheiras durante a primeira guerra mundial. O soldado português ofereceu-se  para ensinar ao soldado francês mil palavras em português, em menos de um minuto, por 1.000 francos. O francês aceitou. Disse o português:
- Todas as palavras que você tem em francês que terminam em tion são as mesmas em português, só que terminam em ção, que você deve pronunciar "saom". Levou menos de um minuto e ganhou os 100 francos!
Agora, o caminho inverso: para o falante da língua portuguesa aprender francês, de graça, em menos de um minuto, basta trocar a terminação em "ção" por "tion", pronunciando "sion" (io som de ditongo, nunca de hiato) e pronto!

(Historinha contada por Amir Mattos)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O Andarilho das Estrelas - Jack London

Apesar de Jack London ser considerado por alguns um "escritor menor"(o que não discuto por puro desconhecimento do conjunto de sua obra), o livro "O Andarilho das Estrelas" é profundamente marcante. Senti como se tivesse levado um soco no estômago enquanto o lia, tamanha a angústia que o personagem passa.

Foi inspirado no relato de um detento da penitenciária de San Quentin, EUA, que utilizava técnicas de auto-hipnose, concentração e domínio da vontade para escapar às torturas tanto físicas quanto psicológicas, enquanto aguardava sua execução. Para isto, recorre `a auto-hipnose, concentração mental e domínio da vontade, chegando a atingir estados alterados de consciência (hoje já estudados cientificamente), deixando de sentir os sofrimentos vividos na penitenciária e despertando memórias de vidas passadas.

Revendo suas existências anteriores, o prisioneiro compreende a lógica que as interliga e o porque de sua atual situação. Eu, que já passei pela experiência da TVP (Terapia Regressiva), me senti particularmente tocada por este romance. Só que o personagem de London vai mais longe do que esta simples mortal:


 "Ao recriar em sua consciência mental e emocional o fio unificador que integra as experiências de suas vidas passadas, o pensamento desse homem aprisionado retoma as ideias e as visões de mundo dos grandes sábios e filósofos que a humanidade já produziu".
Admira o fato de ele ter escrito isto antes do advento da "new age": em 1913( o livro ficou engavetado por 80 longos anos...)

Seu conteúdo é fortemente espiritualizado, sem cair na mesmice da auto-ajuda. Uma verdadeira obra-prima, que, como conseqüência natural de sua leitura, desperta em você reflexões profundas, tanto a nível moral, quanto espiritual, podendo, também, despertar a reflexão social, já que a obra é mesmo

uma metáfora da condição do homem moderno, prisioneiro da camisa de força do sistema, que o obriga a viver uma vida medíocre e destituída de perspectivas".
Deixo o leitor deste post com o próprio London, que escreveu, através de seu personagem:
"a matéria é a grande ilusão. A vida é que é a realidade e o mistério. A vida persiste. A vida é o fio de fogo que persiste através de todas as manifestações da matéria. Eu sei, eu sou a vida. Eu vivi dez mil gerações. Eu, o habitante desses muitos corpos , permaneço. Eu sou a vida. Eu sou a chama inextinguível, sempre a brilhar e a assombrar a face do tempo, sempre a trabalhar minha vontade e a descarregar minhas paixões sobre os agregados terrenos da matéria, chamados corpos que, transitoriamente, habitei. O espírito é a realidade que permanece. Eu sou o Espírito e eu permaneço".

Sobre o autor:


London foi autor, jornalista e ativista social estadunidense, que viveu de 1876 a 1916. Sua vida foi muito interessante, tendo sido ele, na realidade, um pouco de tudo: operário, marinheiro, socialista, presidiário, tendo vivido muito do que escreveu, conforme registra seu biógrafo Alex Kershau, no livro "Jack London - uma vida".

domingo, 7 de abril de 2013

Da Sabedoria Budista: as injúrias

 

Este texto, extraído do "Evangelho de Buda' está mais atual do que nunca. Deveria ser lido e refletido por muitos, independente de credo religioso, já que textos deste teor transcendem credos e nacionalidades.Deveriam, ainda, ser ofertados a estudantes de Direito e jornalistas. Quem sabe, com reflexões deste gênero, muitos males seriam evitados...

Observando os costumes humanos, o Senhor Buda viu que muitos males provinham da rapidez com que os vaidosos e egoístas criticavam nesciamente o próximo, e disse aos seus discípulos:
_ Se um néscio me ofendesse, lhe responderia com um cordial e sincero amor. Quanto maior mal me fizesse, maior bem eu lhe faria. O perfume da bondade estará sempre comigo, e o fétido alento do mal sopraria contra ele.
Sabendo um néscio que Buda pregava o mandamento do amor que prescreve restituir com bem o mal recebido, aproximou-se dele e injuriou-o gravemente.
Tornou a injuriá-lo, e quando já não encontrava palavras para ofendê-lo, o Buda perguntou-lhe:
_ Filho meu; se alguém recusa o presente que outro lhe oferece, para quem fica o presente?
O néscio respondeu:
- Para quem lhe ofereceu.
O Buda continuou:
_ Pois bem, meu filho: injuriaste-me e eu recuso tuas injúrias. Guarda-as para ti. Não serão para ti fonte do mal?
O néscio não soube o que responder, e o Senhor prosseguiu dizendo:
_ O malvado que injuria o virtuoso, assemelha-se ao que cospe ao céu, porém recebe no rosto o que cuspiu.
Aquele que calunia, assemelha-se a quem, com o vento contrário, tenta atirar um punhado de pó no rosto de outrem. O pó cega os olhos de quem o atirou. Ninguém pode ferir o virtuoso; sobre seu próprio autor recairá o mal que alguém lhe tentar fazer,
O ofensor afastou-se vagarosamente, envergonhado; porém, depois regressou arrependido e refugiou-se no Buda(1), no Dharma(2) e no Sangha(3).
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Notas da Milu

(1) Buda é o título dado, pela filosofia budista, àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal descoberta aos demais seres.
 (2) Lei Natural" ou "Realidade". Seu significado no Budismo l, pode ser considerado como o "Caminho para a Verdade Superior".
(3) Uma Sangha é uma comunidade de amigos praticando o Dharma juntos de forma a fazer acontecer e manter a consciência. A essência da Sangha é consciência, entendimento, aceitação, harmonia e amor.

 Fontes:
Livro O Evangelho de Buda
Ed.Pensamento
http://www.viverconsciente.com/

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