segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Casa Rossa (Francesca Marciano)

Estava procurando, há alguns anos atrás, alguma novidade do mercado editorial, quando o sr. Van Damme, proprietário da livraria, me indicou este livro. Comprei meio receosa, já que nunca tinha ouvido falar nesta escritora. Não me arrependi.

O sr. Van Damme sempre indica livros que adoro. Este não foi uma ex cessão à regra. Eu sou muito presa à literatura russa e, para me agradar, o livro tem que ser muito bom. É difícil alguém habituado à literatura russa gostar de algo. Casa Rossa é uma "saga familiar", de uma família do sul da Itália. É o desfilar de três gerações desta família, por um período que se inicia antes da Segunda Guerra e se desenrola até os anos oitenta. E esta saga se desenvolve tendo por pano de fundo cenários históricos e políticos, como o fascismo dos anos 30, as Brigadas Vermelhas dos anos 70, o terrorismo e outros cenários instigantes. A verdadeira história só vem à tona com a venda da casa, uma magnífica construção, que desnuda os segredos desta família.

Entre os personagens, repletos de ideais, valores e paixões, temos uma espiã alemã, que abandona o marido (o avô Lorenzo), um ex pintor de passado político duvidoso. Uma de suas netas abraça a luta armada, ao passo que a outra vive para o prazer e para as drogas. As duas encerram em alguns dos símbolos dos anos 60. A técnica do romance é a narrativa feita por Alina, cujas memórias se entrelaçam com a vida presente, tudo feito com descrições de cenários belíssimos.

A autora é italiana, nascida em Roma, em 1955 e este é seu segundo livro.
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