segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A MÚSICA ÁRABE QUE VEIO DO LÍBANO: NANCY AJRAM- NANCY 7


 Nancy Ajram é libanesa, da terra dos meus avós, o que  explica que seja a primeira cantora que posto na tentativa de apresentar um pouco da música árabe neste blog, como forma de mostrar algo desta cultura multifacetada e antiga que os EUA vêm, sistemáticamente, tentando destruir de mil maneiras. Mas esta é uma cultura antiga e tem fôlego! Torço por ela, patrimônio da humanidade que é.Acreditar em todas as mentiras que saem do Pentágono é transformar a realidade em questão de fé, deixando de lado o uso da reflexão, da análise crítica e...do cérebro. O amigo leitor deve  procurar  maiores esclarecimentos em fontes mais confiáveis que a grande imprensa, sabidamente defensora dos interesses norte-americanos e israelitas, por serem por eles financiada... Lembro que nem todo árabe é terrorista e nem todo terrorista é árabe....Aliás, os maiores terroristas são aqueles que inventam armas de destruição em massa onde elas não existem, apenas por interesses econômicos e políticos na região...

Faixas:
01. Eainy Aleik
02. Te'akhart Showy
03. Eih Akhbar Nafsito
04. Emta Hashofak
05. Ya Kothor
06. OK
07. Fe Hagat
08. Lessa Gaaya Aouloh
09. Bel Hadawa
10. Meen Elly Ma Endo
11. Eih Elly Garali
12. Kol Ma Teddi
13. Ass'ad Allah Messak
14. Sheikh El Shabab
15. Bayya' We Shatter
16. Hekayat El Denie
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Deixo alguns vídeos de Nancy, para que o amigo do blog possa se decidir ou não pelo download.
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fonte: 
Site da cantora: http://www.nancyajramonline.com/en/

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

0 DEVA E O BUDA

O Buda estava um dia no jardim de Anathapindika, na cidade de Jetavana, quando lhe apareceu um Deva em figura de brâmane e vestido de hábitos brancos como a neve, e entre ambos se estabeleceu o seguinte diálogo:
(O Deva): - Qual é a espada mais cortante? Qual é o maior veneno? Qual é o fogo mais ardente? Qual é a noite mais escura?

(O Buda): - A palavra raivosa é a espada mais cortante; a inveja é o mais mortal veneno; a luxúria é o fogo mais ardente, e a ignorância é a noite mais escura.
(O Deva): - Quem obtém a maior recompensa? Quem sofre a maior perda? Qual é a armadura mais impenetrável? Qual é a melhor arma?
(O Buda): - Quem dá sem desejo de receber é quem mais  ganha. Quem recebe de outro sem devolver nada é o que mais perde. A paciência é a armadura mais impenetrável. A sabedoria é a maior arma.
(O Deva): - Qual é o ladrão mais perigoso? Qual o tesouro mais precioso? Quem recusa o melhor que lhe é oferecido neste mundo?
(O Buda): -  Um mau pensamento é o ladrão mais perigoso. A virtude é o tesouro mais precioso. Recusa o melhor que se lhe oferece quem aspira a imortalidade.
(O Deva): -O que atrai? O que repugna? Qual é a dor mais terrível? Qual é a maior felicidade?
(O Buda): - O bem atrai. O mal repugna. A maior dor é a má conduta. A libertação é a maior felicidade.
(O Deva): - O que ocasiona a ruína do mundo? O que destrói a amizade? Qual é a febre mais aguda? Qula é o melhor médico?
(O Buda): - A ignorância arruina o mundo. A inveja e o egoísmo destroem a amizade. O ódio é a febre mais aguda. O Buda é o melhor médico.
(O Deva): -Tenho uma dúvida e peço que me respondas: o que é que o fogo não queima, nem a ferrugem consome, nem o vento abate e é capaz de reconstruir o mundo inteiro?
(O Buda): O benefício das boas ações.
Satisfeito o Deva com as respostas do Buda, com as mãos juntas se inclinou respeitosamente ante Ele e desapareceu.

Fonte:
O Evangelho de Buda
Editora Pensamento/1967

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ITALIANO - CONVERSAÇÃO PARA AUTODIDATAS


Autor: Maria Guarnieri
Idioma: Inglês
Arquivos: mp3 e  pdf
tamanho: 261 mb
Password: uztranslations
 

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A MARCA OTOMANA NAS PROVÍNCIAS DE LÍNGUA ÁRABE - Parte 1


Sempre me interessei muito pela história do império otomano, o que explica, em parte, o fato de eu apreciar tanto a obra de Tariq Ali, autor paquistanês que publicou, em quatro volumes denominados "Quinteto Islâmico" (o quinto volume ainda não foi lançado) a história deste império. Os otomanos dominaram os países eslavos do leste europeu, aos quais sou ligada por laços afetivos e deixaram sua marca nas províncias de língua árabe, às quais sou ligada por laços de sangue, já que descendo do pequenino Líbano.Claro que, como toda dominação, os povos dominados por este extinto império tiveram sua cota de sofrimento, que não foi pequena. Mas dela falaremos em outros posts, deixando este, o inaugural do Blog Cultura Livre na Web, apenas para mostrar a influência otomana  nos monumentos arquitetônicos, alguns dos quais criados pelos próprios sultões, como sinais de sua grandeza e religiosidade; outros foram criados por patronos locais movidos pela força da imitação despertada pelo poder e sucesso. Nas capitais provinciais, as mesquitas eram construídas, nos séculos XVI e XVII, no estilo otomano:um grande pátio levava a um salão de prece abobadado, acima do qual se erguiam dois ou três minaretes, compridos, finos e pontiagudos. O salão era decorado com ladrilhos coloridos no estilo "Iznik"(1)favorecido pela corte otomana, com desenhos de flores em verde, vermelho e azul. Assim eram a mesquita de Khusrawiyya em Alepo, projetada pelo maior arquiteto otomano, Sinan; a de Suleiman Paxá, na cidade do Cairo e a "Mesquita Nova", em Argel. A mais espetacular das criações otomanas nas províncias árabes foi o Takiyya em Damasco, um grande conjunto de prédios, também projetado pelo mesmo Sinan da Mesquita de Alepo e dedicados às necessidades da peregrinação.

interior de mesquita em Alepo
Takiyya
Era em Damasco que se reunia uma das duas grandes caravanas de peregrinos e era para lá que ia o emissário do Sultão e por vezes membros de sua família.
Para atender aos peregrinos, havia uma cadeia de "caravançarás" (2) que se estendia ao longo da rota que vinha de Istambul, passando pela Anatólia e o norte da Síria, e o Takiyya era o mais completo: uma mesquita com um domo e dois altos minaretes  simetricamente dispostos de cada lado, construída de pedra com as faixas brancas e pretas (ver foto abaixo) alternadas que há muito eram uma característica do estilo sírio; em torno do pátio distribuíam-se quartos, refeitórios e cozinhas para os peregrinos.
Também em Jerusalém o sultão Suleiman deixou sua marca, nos azulejos das paredes externas do Domo da Rocha e nos grandes muros que cercavam a cidade.
Domo da Rocha
Só em Bagdá, entre as grandes cidades otomanas, pouco se sentiu a influência do novo estilo; o velho estilo persa continuou predominante.

Sob domínio otomano, o lugar da língua árabe não foi diminuído, mas antes, reforçado. As ciências da religião e da lei eram ensinadas em árabe nas grandes escolas de Istambul, do Cairo e de Damasco. Os autores otomanos inclinavam-se a escrever em árabe.
A chegada dos otomanos estimulou o surgimento de algumas ordens sufistas, bem como o controle sobre elas. Mas aqui já saímos do terreno arquitetônico e, por isso, deixo as influências religiosas para um próximo post, na parte 2 da Marca Otomana nas Províncias Árabes.
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 Notas da Milu:

(1) Iznik é uma cidade da Turquia, que na antiguidade era conhecida por Nicea .Abaixo, foto de uma mesquita local, a Mesquita Yesil Camii.
Abaixo, um exemplo de cerâmica de Izniki:
(2) Espécie de estalagem, muito comum no oriente médio.

Fontes:
-Uma História dos Povos Árabes
autor: Albert Hourani
Ed.:Cia. das Letras.
-Fotos extraídas do site www.yandex.ru

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

POESIA MACEDÔNIA COM MÁTEIA MÁTEVSKI

Os poetas do leste europeu, à exceção dos russos, são, via de regra, pouco conhecidos no Brasil, o que é uma pena, já que por lá existem muitos poetas de primeira...Hoje apresento o poeta macedônio Máteia Mátevski, um dos mais reconhecidos e premiados de seu país.
 Seus textos foram publicados em quase todas revistas literárias européias e várias de suas obras já foram traduzidas em diversos idiomas. A ele é atribuído o início de um período completamente novo na poesia de sua língua materna, não somente no tocante aos temas escolhidos, mas também pela adoção de versos livres e de uma linguagem simples, direta e rica em possibilidades de leitura, sempre com a constante preocupação de pesquisar o novo, quer seja no terreno temático, quer seja no formal. Para ele, 
"palavra e poema são uma  condensação do tempo, segmento da experiência, razão da existência. A palavra deve desvendar a infinitude do tempo dentro dentro do qual se desenrola o drama da existência humana." Emerge como eixo temático de seus textos a contradição básica entre a sistemática reiteração do tempo, que a tudo aniquila e a tudo nivela, e a aparente atemporalidade do Universo, que cerca o Homem, criatura impotente diante desta ambigüidade.
Outra característica deste poeta é a eliminação de toda e qualquer pontuação em seus textos, deixando para o leitor a tarefa de dar a entonação e as pausas. Isto distoa completamente da tradição poética macedônica, com modelos métricos clássicos.
Em relação aos temas, estes também nada têm de clássico, passeando pelos séculos, indo buscar seus temas entre os bizantinos do século IX até os nossos dias, saíndo totalmente do conservadorismo poético.
Finalizo o post deixando com você, amigo leitor,um de seus poemas. Apreciem, é o que espero!

Balada Para o Tempo

Ao lado da folhagem cadente
e da geada colada nas mãos até onde cheguei

O tempo vai morrendo em tudo que nasce
e com ele vou diminuindo sempre
nem que seja um só passo

O outono é rico em sonhos
treistes por vezes 
em águas que caem
não se navega

Névoas ricas de novembro
por que aleitam os rios
Em suas águas rasas
até onde chegarei

Ouço o tempo morrendo

Do outono enregelado
um fruto perdura
com lábios roxos indaga
onde hei de chegar

Mátevski nasceu em 1929 em Istambul, na Turquia, indo para a Macedônia imediatamente após seu nascimento. e é, também, jornalista e professor de dramaturgia, além de tradutor.

fonte:
"À Sombra do Quarto Crescente"
Ed.Hucitec
Autor: Aleksandar Jovanovic

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