quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ITALIANO - CONVERSAÇÃO PARA AUTODIDATAS


Autor: Maria Guarnieri
Idioma: Inglês
Arquivos: mp3 e  pdf
tamanho: 261 mb
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A MARCA OTOMANA NAS PROVÍNCIAS DE LÍNGUA ÁRABE - Parte 1


Sempre me interessei muito pela história do império otomano, o que explica, em parte, o fato de eu apreciar tanto a obra de Tariq Ali, autor paquistanês que publicou, em quatro volumes denominados "Quinteto Islâmico" (o quinto volume ainda não foi lançado) a história deste império. Os otomanos dominaram os países eslavos do leste europeu, aos quais sou ligada por laços afetivos e deixaram sua marca nas províncias de língua árabe, às quais sou ligada por laços de sangue, já que descendo do pequenino Líbano.Claro que, como toda dominação, os povos dominados por este extinto império tiveram sua cota de sofrimento, que não foi pequena. Mas dela falaremos em outros posts, deixando este, o inaugural do Blog Cultura Livre na Web, apenas para mostrar a influência otomana  nos monumentos arquitetônicos, alguns dos quais criados pelos próprios sultões, como sinais de sua grandeza e religiosidade; outros foram criados por patronos locais movidos pela força da imitação despertada pelo poder e sucesso. Nas capitais provinciais, as mesquitas eram construídas, nos séculos XVI e XVII, no estilo otomano:um grande pátio levava a um salão de prece abobadado, acima do qual se erguiam dois ou três minaretes, compridos, finos e pontiagudos. O salão era decorado com ladrilhos coloridos no estilo "Iznik"(1)favorecido pela corte otomana, com desenhos de flores em verde, vermelho e azul. Assim eram a mesquita de Khusrawiyya em Alepo, projetada pelo maior arquiteto otomano, Sinan; a de Suleiman Paxá, na cidade do Cairo e a "Mesquita Nova", em Argel. A mais espetacular das criações otomanas nas províncias árabes foi o Takiyya em Damasco, um grande conjunto de prédios, também projetado pelo mesmo Sinan da Mesquita de Alepo e dedicados às necessidades da peregrinação.

interior de mesquita em Alepo
Takiyya
Era em Damasco que se reunia uma das duas grandes caravanas de peregrinos e era para lá que ia o emissário do Sultão e por vezes membros de sua família.
Para atender aos peregrinos, havia uma cadeia de "caravançarás" (2) que se estendia ao longo da rota que vinha de Istambul, passando pela Anatólia e o norte da Síria, e o Takiyya era o mais completo: uma mesquita com um domo e dois altos minaretes  simetricamente dispostos de cada lado, construída de pedra com as faixas brancas e pretas (ver foto abaixo) alternadas que há muito eram uma característica do estilo sírio; em torno do pátio distribuíam-se quartos, refeitórios e cozinhas para os peregrinos.
Também em Jerusalém o sultão Suleiman deixou sua marca, nos azulejos das paredes externas do Domo da Rocha e nos grandes muros que cercavam a cidade.
Domo da Rocha
Só em Bagdá, entre as grandes cidades otomanas, pouco se sentiu a influência do novo estilo; o velho estilo persa continuou predominante.

Sob domínio otomano, o lugar da língua árabe não foi diminuído, mas antes, reforçado. As ciências da religião e da lei eram ensinadas em árabe nas grandes escolas de Istambul, do Cairo e de Damasco. Os autores otomanos inclinavam-se a escrever em árabe.
A chegada dos otomanos estimulou o surgimento de algumas ordens sufistas, bem como o controle sobre elas. Mas aqui já saímos do terreno arquitetônico e, por isso, deixo as influências religiosas para um próximo post, na parte 2 da Marca Otomana nas Províncias Árabes.
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 Notas da Milu:

(1) Iznik é uma cidade da Turquia, que na antiguidade era conhecida por Nicea .Abaixo, foto de uma mesquita local, a Mesquita Yesil Camii.
Abaixo, um exemplo de cerâmica de Izniki:
(2) Espécie de estalagem, muito comum no oriente médio.

Fontes:
-Uma História dos Povos Árabes
autor: Albert Hourani
Ed.:Cia. das Letras.
-Fotos extraídas do site www.yandex.ru
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