Infelizmente, Robert Walser, escritor suiço do século XX, é ainda quase desconhecida por nós, o que é uma pena, já que Walser possui, entre seus grandes admiradores, nomes como os de Elias Canetti, Thomas Mann e o grande Kafka que o lia regularmente e tinha entre seus livros prediletos o do presente post.
Eu, particularmente, entrei em contato com este escritor através de Elias Canetti, ao ler seu livro "A língua absolvida". Neste livro, o autor falou tanto de Walser, que logo me despertou a curiosidade em conhece-lo e estou fascinada.
Jacob Von Gunten é um romance, escrito em forma de diário, dos mais singelos que já li. Acostumada que estou com a literatura russa, que gira em torno de temas pungentes e fortes, a princípio achei que a obra seria desinteressante e, com vergonha admito, até tola. Mas logo vi que a tola era eu. O livro, através de Jacob, o personagem que lhe dá o título, e de outros personagens de igual singeleza, nos leva a refletir sobre os valores da vida moderna, sobre a arrogância, a intolerância e o egoísmo.
Jacob, rapaz de origem supostamente nobre, ingressa no Instituto Benjamenta, uma escola dedicada à formação de criados, onde procuravam incutir paciência nos jovens.E Jacob quer se "auto-educar", perder seu orgulho, apreender a ser útil.
"Desejoso de aprender a servir, Jacob busca espelhar-se sobretudo no colega Krauss, modelo de humildade e subserviência. O aprendizado, no entanto, se revela penoso e muitos são os mistérios que envolvem o instituto e sua enigmática direção".
O livro saiu pela Compainha das Letras e custa pouco mais de R$30,00. São 148 páginas de puro prazer da leitura. Deixo para você, que visita este blog, um trecho da obra obtido no site da própria editora.