Acabo de ler"Refrão da Fome", do Prêmio Nobel de literatura de 2008, o francês Le Clézio . A princípio, pensei que não gostaria, que se tratasse apenas de uma historinha romântica ou coisa do gênero, o que não é meu estilo de leitura. Resolvi, então, tentar ler um pouco mais, antes de desistir da leitura. Fiz bem: fui gostando do estilo do autor. Sua escrita fluída, quase poética, foi me agradando. Comecei a perceber uma crítica velada aos costumes burgueses da França durante a segunda guerra .Futilidade, relações sociais vazias, hipócritas, falta de valores consistentes; enfim, tudo o que critico na sociedade atual. A partir deste ponto, a leitura passou a me agradar mais, e foi assim, num crescendo, até que passou a prender totalmente minha atenção: encontrei nela todos os ingredientes que tornam um romance atraente para mim: crítica social, questionamento de valores, fatos históricos. Tudo isto com uma delicadeza quase lírica. Passei a engolir a obra, com um prazer que só sinto quando leio meus autores prediletos. Com certeza, Le Clézio, a partir de agora, irá integrar minha lista.
A fome, que intitula o livro, não é apenas a fome vivida nos anos de guerra. É uma fome mais cruel, mais intensa: a fome de carinho, de amor, a fome espiritual de quem descobriu o lado destrutivo do ser humano, não só durante a guerra, mas também no que se refere ao apego por dinheiro e futilidades sociais. Fome agravada pelos anos sob os nazistas. Um verdadeiro poema épico, um grito de alerta para que repensemos nosso mundo.
Finalizo com um elogio para a edição primorosa da obra, feita pela Casaknaify. Além de excelente tradução e revisão do texto, sua encadernação é linda, com capa dura.
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Nº de páginas: 240
Editora: Cosacnaify
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Localizada na Espanha, capital da comarca de El Bierzo, Ponferrada é uma das etapas principais do famoso "Caminho de Santiago", já na província de León, na Comunidade Autônoma de Castilla e León. Ela fica aos pés de um imponente castelo fundado pelos templários e que tive a felicidade de conhecer em julho de 2014. Infelizmente, no dia que fui ao castelo, ele estava fechado e, como eu estava na Galícia e não em Castilla e León, não voltei lá, mas tirei muitas fotos do castelo pelo seu lado de fora. Em julho agora retorno, já com os forários de funcionamento desta maravilha: sou fascinada pela história medieval em geral e dos Templários, em particular.
Ponferrada tem seus primórdios em uma antiga cidadela da época romana. Aliás, na região de Castilla e León e da Galícia visitamos outros sítios antigos incríveis do período romano, como Las Médulas, em Castilla e León e uma não menos incrível cidadela celta - Citania de Santa Tecla, na Galícia - matéria para um futuro post.
Voltando à história de Ponferrada, tem-se que no auge das peregrinações a Santiago de Compostela, ainda no século XI, surgiu um burgo denominado Pons Ferrata, assim chamado devido à construção de uma ponte reforçada com ferro.
EEm 118, o rei Fernando II, de León, doou o burgo aos cavaleiros da Ordem dos Templários, dando a eles a missão de defenderem os peregrinos naquele trecho do Caminho de Santiago. A fortificação original foi reconstruída e ampliada pelos cavaleiros por volta de 1282. Eles construíram ali um castelo e nele se estabeleceram. Isto favoreceu o crescimento demográfico local e o desenvolvimento comercial da região. O castelo fica sobre o rio Sil e reina sobre o centro histórico da cidade.
Com uma planta é poligonal, ele é acessado pelo lado sul por uma ponte levadiça sobre o fosso.
Sua fachada principal é flanqueada por duas torres unidas por um arco duplo. Em torno a um grande pátio interior (este eu consegui enxergar por uma fresta do portão) aparecem diversos recintos, como a Sala das Armas ou os estábulos, sua Torre da Homenagem e outras, como as de Malpica,de Cabrera, Malvecino, etc.
Aos pés do Castelo se estende o centro histórico da cidade e você entra nele pela Rua del Reloj e é nela que se ergue a Torre do Relógio, construída sob o reinado de Carlos I, século XVI. Junto a esta torre fica o , um edifício de duas plantas construído em 1565.
Torre do Relógio
Convento
Na fachada do convento se destaca um nicho com a imagem da "Puríssima Conceição".O final da rua dá para a Praça de la Encina, um tradicional lugar de comércio.
Fonte: http://www.foro-ciudad.com/leon/
Foto dos meus arquivos pessoais: final da rua de la Encina
Nesta rua, se localiza a Basílica de la Encina, um dos edifícios religiosos mais destacados da cidade.
Foto dos meus arquivos pessoais: Basílica de la Encina
Este templo foi construído em estilo renacentista, no ano de 1.53; no entanto, sua torre é do estilo barroco, tendo sido construída em 1.614. Seu interior é magnífico e seu altar Maior data do século XVII.
Ainda na rua del Reloj, o visitante não pode deixar de conhecer o antigo cárcere, hoje Museo del Bierzo. Por meio de objetos, ferramentas e diversas obras de arte, alí está concentrado o legado histórico de Ponferrada. Sua planta baixa é dedicada aos assentamentos primitivos, desde o Paleolítico Inferior, até o final da era romana.
Finalizo o post com o quadro de horários de funcionamento do Castelo:
Notem que os horários na parte da manhã são de terça a domingo.
Na parte da tarde, os horários variam muito em determinadas épocas do ano, dependendo da luz do sol e das sua influência em alguns pontos exteriores do complexo fortificado.
O castelo é fechado aos domingos e às segundas.
De 15/10/2015 - 31/12/2015:
Manhã 11:00 a 14:00 h.
TARDE 16:00 a 18:00 h.
De 01/04/2015 - 14/10/2015:
Manhã 10:00 a 14:00 h.
TARDE 16:30 a 20:30 h.
Fontes:
http://www.spainisculture.com/ Todas as fotos com data de agosto de 2014 são de meu arquivo pessoal.
http://www.spain.info/pt/
que-quieres/ciudades-pueblos/otros-destinos/